Embora o distanciamento do ex-CEO seja óbvio, a empresa não faz questão de alardear o fato. Existem boas razões para isso?
Quer você o ame ou o odeie, Bill Gates foi, e ainda é, a cara da Microsoft. Mas o que a Microsoft não quer que você saiba é que Bill Gates já não tem praticamente nada a ver com a empresa.
É isso que emerge ruidosamente do recente perfil, publicado pela revista Fortune, do homem mais rico do mundo. Em vez de planejar como fazer a Apple comer poeira ou colocar a Google em seu devido lugar, Gates dedica seus dias à Fundação Bill e Melinda Gates, passando pelos laboratórios da Intellectual Ventures para trocar ideias de tempos em tempos com Nathan Myhrvold, e deixando seus três filhos na escola.
Bill Gates? O grande tubarão branco da computação, envolvido na rotina diária de um típico pai de família? Sim, é isso mesmo, embora eu duvide que ele dirija uma minivan.
Pode ser ótimo para Gates, mas tal situação não cai bem à Microsoft. É como disse a jornalista especializada em Microsoft Mary Jo Foley quando conversávamos sobre o artigo. Ela gostou do texto “porque ele admite o que a Microsoft não quer dizer: Gates não está mais envolvido com a companhia. Eles temem que isso seja de conhecimento público, mesmo sabendo que, para nós, trata-se de algo óbvio”.
Então por que isso assusta? Porque, nos últimos anos, a Microsoft tem estado em declínio. Embora o último trimestre da Microsoft tenha sido melhor do que há um ano – em grande parte, graças à "forcinha" proporcionada pelo Windows 7 -, nem o crescimento da Microsoft nem seus lucros são o que eram quando Gates estava no comando.
Centrado no computador
Como lembrou o presidente da RealNetworks e ex-funcionário da Microsoft Rob Glaser, o negócio da Microsoft ainda permanece tão centrado no PC como nunca, e nós entramos num mundo em que a computação não gira em torno dos PCs. A Apple percebeu isso. A Google também. A Microsoft não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário